SÁBADO, 2 DE JULHO DE 2011
Breve Histórico
A seleção de cães existe desde a pré-história, quando o homem passou a considerar a funcionalidade e a utilidade dos cães e, assim, começou a selecionar casais mais aptos para determinadas tarefas, de acordo com as necessidades das tribos ou grupos de pessoas. A partir dessa seleção artificial, baseada em aptidões, comportamento ou habilidades físicas, surgiram inúmeras raças.
Cães molossos, por exemplo, eram utilizados em combates.
Para que as características desejáveis de cada raça fossem mantidas, foram criados os “standards”, ou padrões, que ditam a conformação física e comportamental de cada raça, servindo como um guia para os criadores produzirem cães dentro de um tipo definido, que diferenciam uma raça da outra.
A fim de ordenar esse sistema, foram criadas entidades oficiais de cinofilia no mundo, que promovem o registro de cães de raça pura e, desta forma, instrumentalizam os criadores com os pedigrees, que lhes permitem analisar a genealogia de cada indivíduo canino.
Atualmente, as raças estão divididas em grupos de cães de tipos distintos, ou grupos funcionais, como cães pastores, de caça, molossos, e assim por diante.
Pela Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC), as raças estão divididas em 11 grupos:
Grupo 1 – Pastores e Boiadeiros (exceto suíços);
Grupo 2 – Tipo Pinscher, Schnauzer, Molossos e Boiadeiros Suíços;
Grupo 3 – Terriers;
Grupo 4 – Dachshunds;
Grupo 5 – Spitz e Primitivos;
Grupo 6 – Sabujos e Pista de Sangue;
Grupo 7 – Aponte (caça);
Grupo 8 – Recolhedores, Levantadores e D’água (caça);
Grupo 9 – Companhia;
Grupo 10 – Lebréis e Lebreiros (galgos);
Grupo 11 – Raças em reconhecimento.
Nota: O Husky Siberiano pertence ao Grupo 5, que está assim relacionado:
GRUPO 05 – Cães Spitz e Tipo Primitivo.
Seção 1 – Cães Nórdicos de Trenó.
1. Escandinávia.
2. Rússia.
3. EUA.
Exemplo: Husky Siberiano.
Seção 2 – Cães Nórdicos de Caça.
1. Noruega.
2. Rússia.
3. Suécia.
4. Finlândia.
Exemplo: Norwegian Elkhound.
Seção 3 – Cães Nórdicos de Guarda e Pastoreio.
1. Islândia.
2. Noruega.
3. Suécia.
4. Finlândia.
Exemplo: Icelandic Sheepdog.
Seção 4 – Spitz Europeus.
1. Alemanha.
2. Itália.
Exemplo: Spitz Alemão Anão (Pomerania).
Seção 5 – Spitz Asiáticos e Assemelhados.
1. China.
2. Alemanha.
3. Japão.
Exemplo: Chow Chow.
Seção 6 – Tipo Primitivo.
1. Israel.
2. Malta (Grã-Bretanha).
3. México.
4. Peru.
5. Região da África Central.
Exemplo: Basenji.
Seção 7 – Tipo Primitivo de Caça.
1. Espanha.
2. Itália.
3. Portugal.
Exemplo: Ibizan Hound.
Seção 8 – Tipo Primitivo com Crista Dorsal.
1. Tailândia.
Por quê escolher uma raça?
Quando alguém decide ter um cão, provavelmente esteja buscando, mesmo que inconscientemente, determinadas características que deseja em um animal com o qual vai conviver por vários anos.
Cada raça tem suas características e aptidões inerentes, provindas de anos e anos de seleção de cruzamentos. Existem, atualmente, mais de 200 raças reconhecidas, e é bem provável que haja a raça ideal para cada pessoa, condizente com seu estilo de vida e personalidade, o que facilita, e muito, na hora da escolha. Cada raça carrega consigo um “padrão”, que descreve como deve ser o caráter, a morfologia, etc.
Por isso, é fundamental que se busque o máximo de informações possíveis sobre a raça antes de tomar a decisão final, e nunca adquirir um cão por impulso ou por vaidades.
Diz um ditado: “HOJE ESTÃO NA MODA, AMANHÃ ESTÃO JOGADOS NA RUA”, que exemplifica o que acontece em muitos casos, onde a pessoa se encanta por um filhotinho ou por determinada raça que está na moda, e depois o “brinquedo” acaba crescendo, ou perdendo a graça, e o cão acaba atirado no fundo do quintal sem cuidados adequados, ou jogado na rua.
Caso o comportamento e as características físicas sejam indiferentes na busca por um cão, ou se o valor de um cão de raça, provindo de um criador responsável e idôneo, esteja fora de cogitação, incentivamos o resgate de cães de raça abandonados em abrigos, ou mesmo o recolhimento de cães de rua que, além de um ato louvável de compaixão, ajuda a salvar vidas e a diminuir um problema que cada vez aumenta mais no nosso país.
O que é e para que serve o PEDIGREE?
“Pedigree” é o nome dado ao registro de origem do cão de raça pura, que contém, além de dados como nome, sexo, data de nascimento, número de registro, nome do criador e do proprietário e número de microchip ou tatuagem, a árvore genealógica do animal – pais, avós e bisavós, bem como os títulos oficiais obtidos por cada um.
Exemplo de pedigree da CBKC.
Esse documento deve ser apresentado pelo criador do cão no ato da entrega do filhote ou cão adulto para o novo proprietário e, caso ainda não esteja pronto, o criador deverá apresentar o protocolo de registro da ninhada, e enviar o pedigree posteriormente ao proprietário.
O pedigree serve como um guia para o criador selecionar o casal que irá reproduzir, pois visualizando-o, ele será capaz de identificar o nível de consangüinidade (inbreeding, linebreeding, outcrossing), propensão a doenças hereditárias, características da família, etc.
Quem emite o pedigree é a entidade oficial de registros genealógicos de cães de cada país, e são encaminhados pelo criador, isto é, aquele que possui a fêmea mãe dos filhotes (matriz).
Ambos pais devem ter pedigree para que o registro de uma ninhada seja possível.
Estrutura da Cinofilia Oficial no Brasil
O Brasil tem uma cinofilia oficial organizada, regida pela Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC). A CBKC segue as normas da entidade maior, em nível mundial, que é sediada na Bélgica: a Federacion Cinologuique Internacionale (FCI).
A CBKC abrange todo o território nacional, por isso, delega seus poderes de cartório de registros, organização de eventos (exposições) e homologação de títulos, a seus clubes afiliados, os chamados “Kennel Clubes”, espalhados por diversas cidades do país. Alguns estados possuem, ainda, Federações Cinologicas ou de Cinofilia, que regem todos os Kennel Clubes.
O proprietário da fêmea (matriz) deverá requerer, junto a um Kennel Clube, o registro de canil, que servirá para registrar os filhotes gerados. Lembrando que é essencial que a matriz e o macho escolhidos para o cruzamento tenham pedigree. O nome do canil será o sobrenome dos filhotes, identificando, dessa forma, a origem dos animais.
No site da CBKC, poderão ser encontradas as normas e regras que regem todo esse processo.
Imagens das raças (exemplos) capturadas do site do American Kennel Club (AKC). É proibida a cópia parcial ou total sem autorização dos textos e fotos aqui publicados. Todos os direitos autorais reservados.